quarta-feira, 22 de julho de 2015

Peregrino ¿Quién te llama?

Peregrino ¿Quién te llama?

 

Esse é o título de uma poesia de Eugenio Garibay Baños (dizem que é padre de uma igreja de pueblo - Rioja), escrita no muro de uma antiga fábrica na entrada de Nájera (Rioja). É uma boa e grata surpresa ao peregrino, que nesse ponto já está bastante cansado, ao se deparar com a poesia, é energizado!

A princípio podemos ver muitos peregrinos passarem pelo local despercebidamente, sem notar significado naquelas palavras. Por estarem escritas na língua espanhola, realmente muitos nem se interessam, mas uma parada atenta vai proporcionar profunda reflexão e forte emoção.



Muro onde está escrita a poesia


Segue a poesia original abaixo, optei por mantê-la original, sem tradução, pois a própria língua espanhola empresta uma sonoridade própria e especial, de fácil compreensão. 




Monastério de Santa Maria la Real em Najera



"Polvo, barro, sol y lluvia
es camino de Santiago.
Millares de peregrinos
y mas de un millar de años.


Peregrino ¿Quién te llama?
¿Que fuerza oculta te atrae?
Ni el campo de las estrellas
ni las grandes catedrales.


No es la bravura navarra,
ni el vino de los riojanos
ni los mariscos gallegos
ni los campos castellanos.


Peregrino ¿Quién te llama?
¿Que fuerza oculta te atrae?
Ni las gentes del Camino
ni las costumbres rurales.


No es la historia y la cultura,
ni el gallo de la Calzada
ni el palacio de Gaudí,
ni el castillo de Ponferrada.


Todo lo veo al pasar,
y es un gozo verlo todo,
mas la voz que a mi me llama
la siento mucho más hondo.


La fuerza que a mi me empuja
la fuerza que a mi me atrae,
no sé explicarla ni yo
¡Solo El de arriba lo sabe!"
(E.G.B)
Eugenio Garibay Baños


ULTREYA!!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Em Belorado... um anjo

 

"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam."

 Clarice Lispector


Nem só de reflexão e tranquilidade vive o Peregrino. Em algum momento, o cansaço, a dor, a fome, o calor, a vontade de chegar e descansar muitas vezes tomam conta e nos tira a razão.

Num dia intenso de caminhada, o calor era forte, o sol quente e o vento castigava bastante. Para completar, grande parte do caminho passava ao largo da rodovia. Terra batida, árido, por mais bonito que fosse o visual do lado esquerdo, campo verde, flores, pássaros... enquanto que à direita: carros, ônibus e caminhões, muito barulho!

Saímos do Albergue Victoria de Cirueña pela manhã por volta das 8:30hs,  felizes caminhando com o casal Pam e Derek, da Nova Zelandia, o americano Tex e seu cachorro Apache e a mexicana e seu filho (desculpem... não me lembro os nomes!), conversas, paradas e fotos. Parada para o almoço e parte do grupo resolveu ficar em Viloria de Rioja.



A turma toda.. faltou a Lia, que está tirando a foto!!

Decidimos seguir em frente mais 9 KM até Belorado.

Caminhávamos em fila indiana: Karine, Lia e eu, alguns passos atrás a peregrina mexicana e seu filho nascido na Alemanha nos acompanhavam. Nenhuma palavra, somente o som dos passos, as fivelas das mochilas, respiração ofegante. os olhos pregados no horizonte em busca de algum sinal do próximo pueblo. 

 Em algum lugar do caminho


Já era final da tarde, perto das 18:00hs, mas o sol ainda quente. Ainda faltavam 5 Km, meu joelho esquerdo doída demais, caminhava sem dobrá-lo, com a perna dura. Minha cabeça só pensava na chegada, no albergue e no descanso. O sacrifício era grande, eu procurava mentalizar coisas agradáveis e esquecer das dores, mas parecia impossível. Um passo depois do outro e nada de avistarmos o local. Parecia que não íamos aguentar.

Eu estava preocupada com todos, buscávamos um local com banheiro, e nada!! A Karine muito prática e sem nenhum pudor já tinha resolvido a situação "no matinho". Seguimos caminhando.

Chegamos em Belorado e avistamos um albergue me na entrada do pueblo. Mas, já tínhamos uma regra de buscarmos um albergue mais na área central. perto de restaurante, mercado e farmácia.
Parecia que tudo era muito distante. O rapaz alemão olhou no guia e viu um albergue chamado Cuatro Cantones, resolovemos procurá-lo.




 Entrada do albergue El Corro


No centro do pueblo*, a Karine viu outro albergue e falou para ficarmos nele. Eu disse para caminharmos um pouco mais para buscarmos o Cuatro Cantones. Vimos uma placa indicando o local e a distância: 450 metros!! Eu disse: nossa...meio km! A lia sugeriu que telefonássemos para um taxi vir nos buscar. Nesse momento já nem raciocinávamos! A Karine teve um verdadeiro "surto", o tão chamado "xilique", começou a falar que não andaria mais nenhum centímetro, que estávamos ao lado de outro albergue (Albergue Municipal "El Corro"), estava cansada, que éramos doida de chamarmos taxi para chegar no albergue, etc!! Estávamos super cansadas!! Achei engraçado, mas vi que era sério! Resolvi acalmar a situação, falei para a Karine se tranquilizar e disse: sim, ficaremos nesse albergue!
Conversei com os amigos mexicanos e expliquei a situação, o cansaço, que prontamente compreenderam e seguiram em frente.




 Eu e Alberto

Entramos no Albergue, já eram quase 19:00hs. Um peregrino nos indicou que a recepção  no andar superior. Subimos de botas, stick e mochilas (nem vimos o cartaz que solicitava para deixarmos as botas embaixo).

Encontramos o Alberto, um anjo que nos acolheu, com um sorriso!! Solicitamos uma cama e um chuveiro. Acho que ele ficou assustado com a nossa cara de cansadas e nos pediu para nos sentarmos no sofá por 5 minutos. Ficamos sentadas, largadas, qase desfalecidas aguardando sem trocarmos nenhuma palavra!

Alberto retornou, e com delicadeza indicou o andar superior dizendo que era o melhor quarto do albergue, e estava vazio! Perfeito! Sem pensar subimos as escadas, não havia nenhum peregrino no quarto, e pelo andar das horas dificilmente chegaria mais algum! Nos mostrou o banheiro praticamente privativo, e disse que prepararia um belo jantar!! E ainda poderíamos descansar, tomar banho e somente depois fazer o registro e o pagamento (isso faz a maior diferença!!). Estávamos no paraíso!! Cada uma numa cama embaixo com o "closet" (chamávamos de closet a cama superior do beliche que ficava vazia), espaço para espalharmos nossas coisas e muito  conforto.

Mais tarde, Alberto nos serviu um jantar delicioso, acompanhado de uma boa conversa. Dormimos e descansamos como rainhas! Uma noite de recuperação das energias. Solicitei ao Alberto um pouco de gelo para colocar no meu joelho. Ele me trouxe um pacote de "verduritas" congeladas!! Achei inusitado!

Acordamos bem tarde, por volta das 8:00hs (na maioria dos albergues esse é o horário que todos devem sair), nos arrumamos calmamente, quando o Alberto entra no quarto para ver se estávamos bem, pois todos os peregrinos já haviam saído!! Ele nos aguardava com um belo café da manhã, conversamos e tiramos fotos.

Foi uma estadia memorável.

O Caminho tem muitas surpresas, Quando menos esperando um anjo cruza o nosso caminho, nos oferecendo uma mão amiga, um pouco de carinho, atenção. A caminhada é bastante difícil, temos que nos adaptar às circunstâncias, abdicar de conforto, de privacidade. Cada pessoa que passa pelo nossa caminhada se torna especial.

Nesse dia o anjo se chamava Alberto!



Alberto



* entendemos como pueblo, localidades com menos de 10.000 habitantes.


ULTREYA!!











quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dobrando calcinhas


"A gente não faz amigos, reconhece-os."

Garth Henrichs

Cada dia do caminho é um dia completamente diferente. O clima, as paisagens, as pessoas, a comida, tampouco nós os peregrinos somos os mesmos!

Saímos em caminhada sem a mínima ideia do que o dia nos reserva! Não sabemos o que, onde e nem que horas conseguiremos fazer uma parada para comer e descansar. Aceitamos e agradecemos cada dia e cada surpresa!!

Uma coisa que me surpreendeu, além da solidariedade típica entre os peregrinos, pude perceber solidariedade entre as pessoas que vivem nos pueblos e trabalham no Caminho. Lindas histórias de grandes períodos vividos na acolhida do Caminho.

Triacastela, na provincia de Lugo, distante 115 Km de Santiago, pueblo com aproximadamente 900 habitantes, local pequeno e com muitas histórias.
Dizem que em algum momento, na cidade haviam 3 castelos, mas agora são somente desenhos incrustados nas paredes da Igreja local que também é dedicada à Santiago.


Fachada da Igreja de Santiago em Triacastela, com os três castelos desenhados


Nas duas vezes em que lá estive, fiquei no Albergue privado Refúgio del Oríbio (nome do rio que passa na região), comandado pela querida Elvira.
Em 2012, eu e Elvira já tínhamos ficado amigas, conversamos bastante e ela nos indicou o Bar da Esther para o jantar. Foi a melhor refeição de todo o Caminho!! Além da simpatia, a Esther tem mãos de fada para cozinhar! Começando pela sopa de lentejas, passando pelo bacalhau, tudo é é divino! E para terminar de sobremesa o especial queijo do Cebreiro com mel, tudo de comer de joelhos!



Albergue Refúgio del Oríbio

Neste ano, eu já vinha fazendo a maior "propaganda" do bacalhau da Esther para a Lia. Estávamos em Triacastela e ansiosa pelo jantar! Ao chegarmos no mesmo albergue, fomos recebidas por uma senhora amiga de D. Elvira, que estava almoçando.  Logo depois, chegou D. Elvira muito triste pois havia perdido uma prima. As duas amigas ficaram um bom tempo conversando e dobrando lençóis, com uma técnica bastante apurada, e grande rapidez!

Eu e a Lia, deixamos grande parte de nossa roupa para lavar sob a responsabilidade de D. Elvira, e seguimos para o famoso jantar no Bar da Esther, mais uma vez a expectativa se cumpriu!!

Lá estava a Esther, com seu lindo sorriso! O menu já era esperado, a sopa de lentejas e o tão aguardado bacalhau! Tudo maravilhoso me remetia a primeira vez em que lá estive com a Dani em 2012.
Durante o jantar ficamos observando e admirando o trabalho da Esther em seu restaurante. Ainda me intriga como ela consegue administrar, servir, cozinhar, lavar, tudo sozinha no seu restaurante, e ainda me contou que tem um albergue rural em sociedade com uma amiga no qual trabalha todos os dias até as 10:00hs da manhã!!


  
Restaurante Café Esther


De volta ao albergue, D. Elvira nos avisou que estava saindo para rezar o terço pela prima e nos deixaria (a todos os peregrinos), sozinhos.

Então eu resolvi procurar nossa roupa que já deveria estar seca, quando me deparei com uma cena inusitada! 
Um senhor, idade entre 65 e 70 anos, na recepção do albergue, terminando de dobrar as nossas roupas... e naquele momento estava dobrando as calcinhas!!! Fiquei parada observando a cena e tentando ajudar, pois ele teve dificuldades em reunir os pares das meias, ficamos conversando por alguns minutos e questionei a razão de estar ali fazendo aquele trabalho. Ele me respondeu que estava ajudando a amiga Elvira, pois ela estava muito chateada naquele dia. 

Realmente a solidariedade extrapola e contagia. A Elvira é uma pessoa de sorte! Tem muitos amigos! 






O queijo maravilhoso dO Cebreiro


Coisas do caminho!

Ultreya!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Karine, a surpresa do Caminho


"Que Santiago cuide do meu Caminho!"

                                                                         Frase minha!

Mentalizei essa frase durante todo o meu processo de preparação. Precisava me amparar e acalmar meu coração. Não sabia o que estava por vir e não teria absolutamente nenhum controle sobre os dias que me aguardavam. A preparação física para O Caminho de Santiago nunca é suficiente para o esforço que enfrentamos no dia-a-dia. Caminhar 8 horas um percurso médio de 25 Km/dia, com mochila com terreno e topografia diferenciados, é praticamente impossível prever e se preparar.

Então coloquei tudo nas mãos de Santiago, seria ele quem me receberia no final, então, pensei que também poderia prepará-lo!

Saí do Brasil com minha amiga de longa data Lia, vestida de peregrina com minha mochila. Mesmo depois de várias revisões e de ter retirado tudo aquilo que julgava ser supérfluo, ou que poderia ficar sem pelos próximos 30 dias, ainda acreditava ainda que minha mochila estava mais pesada do que conseguiria carregar.

Desde a primeira experiência com essa mochila, queria "retirar" as barras de alumínio que a sustentam para ficar mais leve, todos me chamam de maluca e dizem que poderia estragar os "15 anos de pesquisas" que a empresa alemã levou para chegar nesse "moderno" sistema. Então deixei do jeito que estava,( só a mochila pesa 1,700kgs) mas ainda hoje penso nisso.



 As Diva's no primeiro dia

Viagem cansativa, fuso horário de 5 horas e então chegamos a Saint Jean Pied de Port na França, do outro lado da famosa montanha Pirineus. Só em olhar tudo aquilo me deu um frio na barriga! Antes Conhecemos a paulistana Leika (nome difícil de decorar.. levei dias!), almoçamos juntas e nos instalamos no albergue municipal.

A noite saímos para comer um lanche, em numa cidadezinha tão pequena, encontramos muitos peregrinos nas ruas. Eu com esse espírito peregrino unido ao espírito CISViano, fui conversando e me "socializando" com alguns peregrinos na cidade, entre eles 2 brasileiros: o gaúcho Pablo e a goiana Karine (mas vive em Miami).

Eu e Karine, diversão, na chuva!


A empatia com Karine já foi imediata. Muito falante, em pouco tempo já sabíamos de parte de sua "aventura", 2 dias atrasada por causa de uma dor de dente e no ônibus que a levaria até Roncesvalles onde pretendia iniciar O Caminho, e acabou chegando em Saint Jean.
Confusões à parte, destino traçado! Karine era a peça que faltava no nosso trio (futuramente apelidado por Diva's brasileiras pelo querido casal neozelandês).

Primeiro dia, cansadas da viagem, fuso horário, decidimos caminhar sem as mochilas (uma pequena facilidade concedida aos peregrinos). No dia seguinte às 7:00hs da manhã, Karine estava na porta do nosso albergue prontinha para iniciar O Caminho. Ofereci o café da manhã, passamos na loja para comprar um stick, um pé depois do outro e iniciamos O Caminho por Valcarlos. Etapa difícil? Dificílima! Vencemos o desafio e muito cansadas, (muito mesmo!) chegamos a Roncesvalles no início da noite.

Primeiro jantar, primeira noite juntas, mas parecia que já nos conhecíamos há tempos!! Karine trouxe novidade, frescor, juventude, alegria e humor. Era o vértice que faltava ao triângulo peregrino, sem ela o qual, o Caminho não teria sido tão leve, tão doce e tão divertido. Aprendi muito com ela, com o trio. Caminhamos, rimos, conversamos, compartilhamos momentos, alegrias e dores.

Karine esteve conosco nas 3 primeiras semanas de caminhada. E "desapegou" de repente sem nenhuma despedida, sem aviso prévio, exatamente na etapa depois dO Cebreiro. Saiu caminhando à nossa frente como sempre fazia, mas nesse dia não estava sentada num banco e nem encostada nas pedras nos esperando, o casaco rosa não estava mais visível.

Seguiu seu caminho sozinha e deixou em mim um grande vazio. Mas era esse o nosso destino, era o que estava preparado. Apesar de já esperar por esse momento, não imaginava que seria assim. imaginava uma despedida, um brinde, um abraço. Senti muito a sua falta, mas fiquei orgulhosa da sua coragem e força de enfrentar os últimos dias sozinha.


As sombras das peregrinas na Ponte de Hospital de Órbigo

Enfim, Karine chegou a Santiago no dia 02/05 (2 dias antes de nós), feliz e realizada! Também me realizei através da sua conquista.

Agora sim ela está forte e pronta para alçar outros vôos, outros caminhos.

Karine, seu Caminho está só começando! Obrigada pela generosidade!

Buen Camino peregrina! Até breve!

ULTREYA!!!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Aonde quer que eu vá...

(Obs. esse texto era para ter sido postado em 01/04- a programação do site não funcionou!)

 

"Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá..."


Paralamas do Sucesso



Sempre acompanhada nas minhas caminhadas, pois levo todos os meus queridos comigo. Os pensamentos, as lembranças, o amor é a principal motivação. Coração cheio de amor e esperanças, com a certeza que levo meus queridos comigo. 

Faço por eles, faço com eles, e faço por mim. Meus meninos: Lucas, Caio e Mateus, minha inspiração. É por eles que vivo. Muito obrigada pela compreensão, paciência, apoio e aprovação.

Ao meu companheiro de mais de 30 anos, um especial agradecimento pela generosidade e pelo amor.

Coração cheio e na mochila somente o necessário.



 
 Trecho do Caminho - foto de 2012

Para a realização de uma "cruzada" dura como essa (não pensem que é fácil...), o apoio e a compreensão da família e dos amigos é fundamental. Sou mesmo uma pessoa abençoada, pois meu marido e maus filhos (até meu cachorro), me apoiam totalmente. Isso me proporciona uma paz e uma tranquilidade, e mais do que isso, força e energia para 'combater o bom combate".

Hoje estou de partida para essa outra nova aventura. Deixarei meus queridos por mais de 40 dias para cumprir uma missão.Vou com o mínimo necessário e a certeza de retorno renovado.






Mandala feita por David no Caminho. 
No centro ele sempre coloca uma pedra em forma de coração.
Todos os caminhos levam ao coração!



Obrigada pela compreensão, pelo apoio e pelo amor. Só o amor cura.

Amo vocês!




ULTREYA!!
 

quarta-feira, 11 de março de 2015

A "FITA PEREGRINA"


"DEUS me
Ensinou a amar a vida,
não desistir de lutar, 
renascer da derrota,
renunciar às palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos e a ser otimista.
Aprendi que mais vale tentar do que recuar...
Antes acreditar que duvidar, o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a nossa caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.”
                              Cora Coralina


Como em 2012, quero levar muitas pessoas comigo nessa caminhada. Minha esperança é levar a garra e a energia de muitas pessoas juntamente com pedido de bênçãos e agradecimentos.

Agradecer simplesmente a vida, a convivência, o trabalho, a família, os amigos, a saúde, os novos projetos, o alimento, a espiritualidade, as novas possibilidades, o amor, os animais, a natureza, a paz, as oportunidades. Enfim, agradecer tudo e todos!

Novamente, a inspiração nas lindas e coloridas fitas do Senhor do Bonfim (que as carrego em meu "cajado"), de Nossa Senhora Aparecida e outras. Comprei fitas brancas e nelas escrevi nomes, muitos nomes... todos os que lembrei. Minhas amigas também escreveram nas fitas todos os nomes que quiseram, imprimindo toda a energia e intenção.

Pretendo depositar todas essas intenções na lendária Cruz de Ferro, que para mim é um dos símbolos e locais mais sublimes de todo O Caminho. Fica aproximadamente a 220 Km de Santiago e é um local lindo com uma energia incrível!




Em 2012 assim estava a Cruz de Ferro quando chegamos lá!


Chegar até ela não é nada fácil!! É o ponto mais alto do Caminho Francês, 1500 mts de altitude, está localizado entre Manjarin e Foncebadón, pertencentes ao município de Santa Colomba de Somoza - León - Castilla Y León. É formada por um poste de madeira de 5 metros de altura, com uma Cruz de Ferro no alto, na base um monte de pedras trazidas por peregrinos de todo o mundo, de sua cidade de origem. A pedra é depositada representando tudo o que se deixa para trás.





Essa é a "fita peregrina" com os nomes que eu estou levando


Se você tiver algum nome que queira colocar na "fita peregrina", é só me enviar e será acrescido!!



ULTREYA!!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Acredite sempre!


"A partir de certo ponto não há retorno. 

 Esse é o ponto que é preciso alcançar." 

Franz Kafka





Peregrino não significa aquele que chegou a Santiago de Compostela. O caminhar é que faz de você um peregrino.

Caminhe rápido enquanto puder. Caminhe lentamente quando for preciso mas, haja o que houver, continue andando. 

Não importa o que os outros digam ou pensem, O Caminho não é para todos! Muitos não te entenderão, poucos te apoiarão, fique com a força e o incentivo daqueles que acreditam em você!

Siga os seus propósitos de vida e caminhe em direção deles. saiba que você conseguiu sair da zona de conforto!! Isso é muito!!


Aproveite, durante o Caminho, o contato com peregrinos, hospitaleiros, moradores locais, crianças, atendentes dos bares, restaurantes, mercados, farmácias, animais, natureza!! Todos esses encontros fazem parte do "seu" caminho, de sua jornada e o levarão muito mais longe do que seu espírito imagina. Não existem 2 caminhos iguais, eles são únicos, mesmo compartilhado com outra pessoa.



Caminho da Fé



"Seu caminho na vida é sempre único. Mesmo duas pessoas andando de mãos dadas, 
aparentemente no mesmo caminho, estão, 
na verdade, cada uma percorrendo seu próprio caminho." 
Aristóteles



Jamais subestime a simplicidade. As mágicas lições do Caminho de Santiago estão nas pequenas coisas. O grande mistério do Caminho é ser grande na sua simplicidade. O Caminho é tão grande que preenche tantas almas, e ainda tem muito a preencher. Milhares de Peregrinos percorrem essa mística rora todos os dias. Não existe um só dia do ano que não tenha um peregrino nO Caminho.




 Subida dO Cebreiro


Todo o Peregrino passa por um período preparatório, que é diferenciado para cada um. Nessa busca da preparação, muitos encontros são realizados, se inicia com a decisão em percorrer O Caminho de Santiago, não importa quanto tempo leve a sua preparação, dias, meses, anos. Aproveite a magia da preparação, conheça pessoas, leia livros, assista filmes, pesquise, participe de conferências, encontros e reuniões, toda troca é importante e irá te alimentar. Viva intensamente o seu Caminho mesmo antes de colocar os pés no "Campo de Estrelas".

A partir desse dia você nunca mais será o mesmo!

ULTREYA!