domingo, 20 de outubro de 2013

A caminhada de duas fortes mulheres

"Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo."
Martin Luther King


Toda caminhada começa com um primeiro passo, mesmo que esse passo tenha levado 30 anos!

Nos últimos 2 dias, mergulhei na leitura do livro autobiográfico de Dulce Braga, angolana radicada no Brasil que decidiu abrir seu baú de recordações e emoções e contar numa narrativa cativante sua vida dos 0 aos 17 anos em que viveu em Angola até a mudança forçada para o Brasil.

Recomendo a leitura de "Sabor de Maboque", Editora Pontes, publicado no Brasil, em Portugal e em breve na França.





http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=2875002

Com uma carga emocional intensa, os passos percorridos pela autora mostra as peculiaridades da vida de uma jovem e sua família e amigos, a vida no colégio interno, as férias em Portugal, o primeiro amor e a vivência amarga da guerra.

O primeiro passo foi resultado à resposta insistente dos filhos, que tendo tido contato com algumas histórias ansiavam em costurá-las na memória a fim de conhecer o período em que Dulce tentava enterrar dentro de sí.

Grande aprendizado, conhecer e aprender a respeitar os caminhos percorridos e as emoções à ele agregados. A riqueza das histórias de cada pessoa me fascina, as biografias, os filmes que relatam  histórias reais possuem um valor e recebem meu respeito e admiração.

A coragem ao se expor e compartilhar a experiência e fatos da vida além de fundamental agrega ao interlocutor e possibilita um enriquecimento pessoal incrível.

Uma outra história também me comoveu.
Dessa vez, o primeiro passo na direção de relatar a história levou mais de 40 anos!
Outra incrível experiência que tive nessa semana foi um documentário que assisti "Repare Bem", mostra a jornada de sobrevivência de Denise Crispim e sua filha Eduarda Ditta Crispim Leite, respectivamente companheira e filha do militante da luta armada Eduardo Leite, o "Bacuri", como ficou conhecido, foi morto aos 25 anos, em 1970, após 109 dias de bárbara tortura. Além disso, a trama acompanha torturas infringidas a Denise no mesmo período.


A caminhada de Denise é impressionante, seus primeiros passos na direção de colaborar com o documentário através de seus depoimentos também foram difíceis e dolorosos.

Deixo aqui a minha homenagem à essas duas mulheres que corajosamente dividiram conosco suas vidas e suas histórias.
Ultreya!